Muito mais do que uma mecenas, a cultura catarinense perde uma personalidade ímpar. Annita possuía uma inteligência viva, aguda, absolutamente incomum. Com fino tirocínio, soube apoiar, por meio do Instituto Carl Hoepcke, as boas iniciativas voltadas para o estudo e a preservação do patrimônio cultural ligado à imigração alemã. Tinha a arte na alma, adorava a música, cantar lhe fazia um bem enorme, e fazia bem ouví-la. Os que tiveram esse privilégio sabem disso.
Líder, interlocutora excepcional, tinha o dom de, com sua boa prosa, transformar tardes inteiras em alguns minutos. Viveu intensamente, se interessava por tudo, tinha paixão pela política, certamente herança do pai. Além de alemão, língua que usou para dizer suas primeiras palavras, Annita gostava muito de francês, mas tinha uma certa predileção pelo italiano. Sensível, participava de forma ativa, porém discreta, das iniciativas voltadas à promoção humana. Era uma grande alma em uma grande mulher.
Annita amava a cidade de Florianópolis, que, sem ela, ficou irremediavelmente triste, ficou menor.